Helga Vany Freya foi uma dominadora que a muito tempo atrás (logo que descobri o BDSM com meus 13/14 anos), escrevia, dominava, vivia, e engrandecia o BDSM com antigos sites e blogs do geocities. O BDSM naquela época era disseminado através do meio virtual nos canais de mIRC #pain_and_pleasure (no qual {roger}RF traduzia os poucos textos em português sobre o tema), nos sites Desejo Secreto, alguns sites de dommes e seus subs do geocities e listas de discussão por e-mail que você poderia se inscrever por sites como terra, uol e bol. Além de site próprio, essa Domme escrevia para outros como o extinto " Desejo Secreto". Trago este texto a seguir pra que não se percam materiais tão ricos, seja pelo valor afetivo ou até mesmo por nos remertmos a uma visão de BDSM-femdom do final dos anos 90 na internet. Não tenho a autorização do Desejo Secreto, nem de lugar algum pra postar isso aqui, mas legalmente não existem restrições, uma vez que não há mais formas de contato com esta dominadora e nem com o extinto site. O texto original encontra-se
aqui. Outro texto dela sobre 24/7 e o dia do BDSM encontra-se
aqui. E
aqui é relatado um encontro entre Rainha Frágil e Helga Vany Freya. Também pode ser acessado
aqui a visita desta dominadora ao OWK.
A “Femina Suprema” e o 24/7 (Helga Vany Freyja)
INTRODUÇÃO:
Aceitei de bom grado o
convite formulado pelo “Desejo Secreto”
para escrever um artigo sobre o 24/7 e, de quebra,
sobre o que é o conceito ”
Femina Suprema”. Antes porém de entrar
mais especificamente nesses assuntos,
quero traçar algumas preliminares que
talvez facilitem o entendimento e possam
evitar interpretações distorcidas por
preconceitos bastante arraigados em nossa cultura
machista.
O entendimento de um conceito
demanda bastante reflexão, embasada em
dados colhidos de experiências concretas e
sempre após observação acurada. E esta
reflexão também traz como elementos
subjacentes, as bases teóricas conhecidas
que, como tal, estão sujeitas a
interpretações variadas.
Mesmo quando se utiliza metodologia
científica experimental, os fenômenos
resultantes de ações que permitam o
controle de grande número de variáveis
conhecidas, necessitam do imprescindível
estudo estatístico, para que se possa
aventar qualquer tipo de “verdade
científica”.
No que se refere ao comportamento humano,
as variáveis são bem mais complexas e
extremamente difíceis de serem
influenciadas por controle externo. Daí
os cuidados ainda maiores que se deve ter na interpretação
de comportamentos, sob pena de que sejam formuladas
conclusões apressadas, e que possam vir a
se tornar “verdades” estabelecidas. E a
história está cheia de eventos que
comprovam tais considerações.
CONCEITOS BÁSICOS:
Tendo em mente esse
preâmbulo, necessário para que não se
entenda o que vem a seguir como um
conjunto de “regras ou normas” absolutas,
coloco alguns pontos de como vivo (experiência vivida)
um relacionamento 24/7 (ou seja, não
existem apenas em “cenas com hora marcada” ), sob
a égide da Dominação Feminina como estilo de vida, tendo como embasamento conceitual o que pode ser chamado de “Femina Suprema”.
“Femina Suprema” ou “Supremacia
Feminina” não é ‘papo’, por vezes
levianamente comentado, mas trata-se de
um conjunto de valores ditos “femininos”
que norteiam, não só nossa relação (minha
e de zepierre, com quem sou casada), mas
nosso estilo de vida, isto é, o modo pelo
qual eu e ele, livre e refletidamente, encaramos
o mundo. E temos muitas outras amigas e amigos que
também compartilham conosco esses conceitos,
e até mesmo as vivências, incluindo
cenas de Dominação/submissão,
onde os componentes SM são postos em prática,
coisa que também fazemos em nossa intimidade.
Portanto, não só não “me sinto”,
como não estou sozinha neste discurso. Atualmente,
e por uma feliz coincidência, um dos “best-sellers”
mais comentados é o livro “Todo Poder às
Mulheres – Esperança de Equilíbrio
para o mundo” do médico-escritor Marco Aurélio
Dias da Silva, (Ed. Best-Seller) que
conceitua muito bem tais valores
femininos, contrapondo-os com os ditos
“valores masculinos”. [Vale a pena ser
lido pois possibilita o entendimento maior dos
marcos conceituais que tentam quebrar as “verdades”
estabelecidas pelo velho paradigma
“machista-patriarcal”].
A busca da felicidade é a procura de se
viver dentro do princípio da realidade
interna de cada um. Dentro da verdade
íntima que deve ser encarada com coragem e
determinação, para que possamos estar
livres no arbítrio de direcionarmos nossa
própria existência, e definirmos nosso
estilo de vida. O que costumo chamar de
“quebras de paradigmas ancestrais” é
justamente a troca desse poder dominante por uma
forma mais “feminina” de viver : os valores que
possam substituir a agressividade sobejamente existente
e desgraçadamente sentida nos ditames da
sociedade ocidental. Não quero com isso
dizer de um modo maniqueísta que
“feminino” é bom e “masculino” ruim. Não é
isso. A agressividade é importante e
deve existir, mas ser canalizada para o
bem comum, para a agregação interpessoal,
e não para uma competição desenfreada em
busca de valores materiais, predatórios,
autoritários que criam uma ilusão de
poder. Deixemos a solidariedade, a compreensão,
a generosidade, a bioética, direcionarem
nossa existência.
Além de mulher, mãe, filha, atuando
profissionalmente na área da educação,
cultura e saúde, sou também uma
dominadora não profissional que vive há
quase 10 anos a Dominação Feminina como
estilo de vida, desenvolvendo com meu
marido/escravo, uma relação D/s, onde
componentes SM são utilizados porque
ambos temos prazer em praticar tais
métodos, numa maneira consensual
(portanto há limites acordados e não
impostos por nenhum de nós), sã e sadia,
pois há a preservação da integridade
física e psíquica, com especial atenção à
preservação do ego de cada um de nós.
E vivemos também, consensualmente e de um
modo que procuramos aprofundar a cada
dia, uma relação interpessoal instigante
para nós mesmos, a muito comentada relação 24/7.
E o que é isso em nossa vivência?
Trata-se de uma opção consciente de
“troca de poder”, ou seja, procuramos
aprender e desenvolver como estilo de
vida, valores que são, digamos,
divergentes dos paradigmas vigentes em nossa sociedade
de cultura predominantemente patriarcal, autoritária
e competitiva. Essa ruptura de paradigmas ou
troca de poder segue um norte dado por
valores ditos femininos, que podem ser
sintetizados no conceito “Femina
Suprema”. Esse conceito, insisto, não é a
colocação competitiva de que “a mulher é
superior ao homem”, o que apenas
trocaria de sinal o que existe no bojo da
cultura patriarcal que, em seus preconceitos seculares,
advoga uma absurda superioridade de gênero.
O conceito de “Femina Suprema” é o de supremacia do
Feminino. O “poder que está acima de
tudo” dentro do humano (não falo em
divindades) é o Feminino, são os valores
femininos. É a entrega do homem e seu
ancestral poder cultural, ao poder de acolhimento,
orientação, direção, que tem
como sentido os valores femininos. A agressividade,
a competição, a ânsia pelo poder
passam a ter menos valor que a cooperação,
a solidariedade, a generosidade, a ética
nos relacionamentos. Isso parece utópico,
mas se lembrarmos que a sociedade é construída
por ações cotidianas, poderemos estar
contribuindo para a transformação
de consciências, e daí, da realidade.
Portanto, o fato de nós vivermos o 24/7 significa
que embasamos nossa vida nessa “troca de poder”.
E isso trouxe paz, benquerença e felicidade
a nós (e a algumas pessoas que nos cercam,
sejam parentes, amigos ou companheiras(os) de D/s
SM).
Assim, 24/7 é, para nós, a vivência
de novos paradigmas no cotidiano de um casal
que se respeita, admira e,
fundamentalmente, se ama. Não é a absurda
fantasia de uma “cena eterna” de
chicoteamentos, castigos, punições,
obediência cega de um masoquista destituído
de vontades e castrado em sua personalidade para
uma Dominadora insanamente sádica. Esse é
o meu ( e também de zepierre) modo de entender
a D/s, onde a mulher é a figura dominante
da relação, e não somente de
uma cena eventual.
E também é útil assinalar que, como
qualquer outra relação interpessoal,
trata-se de um processo contínuo e dinâmico,
onde os eventos e, principalmente, os
sentimentos e as sensações são captadas
e discutidas, com o sentido maior de
promover, sempre e sempre, a melhoria da
própria relação em si, onde nossa
felicidade e nosso prazer possam ser cada
vez mais aprofundados. Confiança,
respeito, cumplicidade, lealdade e, principalmente,
amor são fundamentais para que se possa viver
uma relação D/s, 24/7, um estilo de
vida.
O cotidiano lúdico na Dominação Feminina 24/7 :
Nosso envolvimento começou como muitos
outros. Há cerca de 10 anos, numa
reunião social, os primeiros contatos
permitiram o início de um namoro. Mas as
características dominantes de minha
personalidade mostraram a zepierre, logo
nos primeiros encontros, que ele finalmente encontrara
a “mulher de seus sonhos”. A Dominadora que buscara
por mais de 20 anos. Daí em diante, só
houve o aprofundamento da relação
nos moldes já comentados, e, aí vem
outro ponto importante, também no lúdico,
ou seja, aconteceu a introdução e
o aprofundamento dos jogos SM, que são, também,
nossa forma de prazer.
E como é, na prática diária, o
relacionamento de Dominação Feminina,
24/7, em nossa vida ?
zepierre é um profissional bastante
respeitado em sua área profissional,
tendo atuação em funções que demandam
grande poder de decisão e comando sobre
muitas pessoas. Por outro lado é muito
bem relacionado com a família (irmãos e
filhos já adultos), exercendo também um
papel de liderança entre seus familiares
consagüíneos. Mas, em nossa vida íntima, é
meu submisso assumido, meu
marido-escravo.
Nosso cotidiano é quase o mesmo de todos
os casais, com a diferença de que a
Dominação Feminina rege nossos atos, e os
componentes SM estão muito presentes,
seja como punições por comportamento
inadequado, seja como jogos que fazemos
nos finais de semana (quase todos), ou em
reuniões com outras pessoas D/s SM, ou até
em ocasiões sociais comuns, mas dentro de
nossa intimidade.
Um dia comum em nossa vida, começa com um
despertar por volta das 7 horas. Sempre
uso o banheiro primeiro, enquanto
zepierre arruma a cama e guarda as peças
de roupa que usei para dormir, colocando sobre a
cama já arrumada as peças de roupa
que irei vestir, e que defini na noite anterior.
Quando termino de usar o banheiro, chega a vez dele,
desde que já tenha concluído as tarefas
de arrumação do quarto. Enquanto ele
usa o banheiro para seu banho matinal e demais ações
(inclusive o urinar que é sempre sentado,
em quaisquer circunstâncias, exceto
banheiro público), preparo o café da
manhã para nós e minha filha. A louça
dessa refeição fica por conta dele. [ Nos
finais de semana e feriados, zepierre, além
de arrumar o quarto, também prepara o café
da manhã].
Em seguida ele sai para o trabalho, só
retornando à noite. Por duas vezes, no
mínimo, nos dias úteis, vamos juntos ao
clube, onde realizamos exercícios
aeróbicos e um pouco de musculação. No
trabalho ele tem a ordem de me telefonar
pelo menos uma vez durante o dia. Se não
estou em casa, deixa um recado na
secretária eletrônica, e me procura no
celular. Conta algumas de suas atividades naquele
dia e diz alguma frase que mostre sua submissão
a mim. No final do dia, ao voltar para casa, também
me telefona para saber se tenho alguma
instrução específica que ele precise
realizar antes de chegar em casa. Desse
modo mantenho um controle muito próximo,
diário. E é claro que telefono a ele de
modo incerto, para marcar minha presença
constante, muitas vezes ordenando que vá
ao banheiro e se masturbe, sem gozar.
Algumas vezes, especialmente quando ele tem alguma
reunião noturna, ou um evento especial em
seu trabalho diurno, mando que ele vá trabalhar
vestindo alguma calcinha de minha coleção,
ou mesmo seu cinto de castidade de couro. Essas
providências sempre o mantém ligado
à sua Dona, e são excitantes para
nós dois.
Chegando em casa, à noite, e minha filha
não estando, zepierre toma um banho, e
permanece sempre nu, ou, quando a
temperatura está mais fria, mantém os
genitais à mostra. Devo ressaltar que a
cada 15 dias, ele faz a depilação do saco
e da região perianal, alem de aparar os
pêlos pubeanos, que só são raspados
totalmente por ocasião dos encontros com
outras Dominadoras.
Cuida do jantar e da louça, e depois, em
geral, vai ao computador da manutenção da
homepage. [A exceção ocorre
quando precisa completar algum trabalho profissional
em casa, geralmente recorrendo ao
computador].
Fica trabalhando nisso, e/ou servindo
minhas necessidades, geralmente
massageando meus pés ou sendo usado como
tapete enquanto falo ao telefone, leio ou trabalho
no computador.
Por volta das 23 horas determino que
vamos dormir. Faço uso do banheiro sempre
antes dele. No inverno, nesse tempo, ele
deita-se no meu lado da cama ( dormimos
em cama de casal) para aquecer o leito. Nessa função,
ele também é instruído a se
masturbar, sempre sem poder gozar, para facilitar
a produção de calor e aquecer melhor
meu lugar na cama. No verão dorme inteiramente
nu, e apenas com uma camiseta nos dias mais frios.
Nossos finais de semana começam na 6�
feira. Se não saímos para programas SM ou
vanila, zepierre sabe que haverá cenas,
de punição e/ou treinamento. Em tais
sessões coloco roupas de fetiche, e ele
sua coleira, algemas e tornozeleiras de
couro. Posso ou não definir que use o
“cachê-sex” ou seu arreio de escravo.
Confessa eventuais erros ou mau comportamento que
tenha tido durante a semana, e eu defino os castigos
a serem administrados. Os treinamentos são
mais específicos – treinamento anal, alvo
para treinamento de minhas habilidades com o
chicote, treinamento de excitação
prolongada (esse tipo tem, geralmente, a
duração de todo o final de semana ou até
de 7 a 10 dias), e outros. Algumas vezes
utilizo jogos para que as ações SM sejam
definidas pelo acaso. Tenho um jogo que
utiliza dados (está em minha HP na seção
correspondente), e um interessante jogo
no computador, que ele está adaptando
para colocar na HP. Esses jogos permitem
que os castigos sejam escolhidos ao acaso.
Nas compras que geralmente efetuamos aos
sábados, após os exercícios no clube,
zepierre está sempre usando algum item
que lembra sua condição de submisso,
sejam as calcinhas que escolho, o “caché-sex”,
o cinto de castidade, o “sutiã de tachinhas”
ou até mesmo um “plug” anal. Aos sábados
à noite, quando em reuniões “vanila”
com amigos não SM [geralmente encontros
com grupos musicais], zepierre também
usa, escondidos pela roupa comum, tais “adereços”.
Os domingos geralmente são reservados
para encontros com amigos ou familiares,
e/ou para curtirmos o clube, um cinema,
teatro, etc. Quando ficamos em casa, o
comportamento adotado é o D/s SM já
descrito.
Algumas regras comportamentais básicas que defini para zepierre:
1. As regras de etiqueta que definem
um “cavalheiro” nas relações com as
mulheres em geral, em quaisquer
circunstâncias.
2. Nunca usar açúcar em bebidas em geral, incluindo café.
3. Em reuniões sociais, bebidas
alcoólicas até duas doses (destiladas),
ou dois copos (fermentadas). Depois
somente com minha autorização, que deve
ser solicitada.
4. Em casa, como já foi mencionado, os
genitais devem estar sempre expostos e
adequadamente depilados. Urinar sempre
sentado, exceto em banheiros públicos.
5. Em reuniões D/s SM, sentar-se sempre
em nivel inferior à(s) Dominadora(s),
exceto quando eu der ordem contrária.
Nessa ocasiões somente dirigir a palavra
à(s) Dominadora(s), quando tiver
autorização explícita, e nunca cortar a
palavra feminina, nem comandar a
conversação, salvo com meu consentimento.
6. Sexo somente sob meu comando
explícito, inclusive quanto à penetração e
à ejaculação. Masturbação
terminantemente proibida, exceto quando sob meu
comando. Manter-se em ereção sempre
que comandado, em quaisquer circunstâncias.
Essas são as regras básicas gerais.
Outras existem, mas são mais específicas
e dependerão das circunstâncias de
momento.
É claro que existem ocasiões onde nosso
comportamento D/s é menos explícito, ou
ganha importância não primordial. Isso
ocorre em situações tais como as
provocadas por eventos externos a nós –
preocupações profissionais ou administrativas
ocasionais, eventuais doenças próprias
ou na família, problemas sérios com
membros da família – ou nos finais de semana
e feriados que passamos com familiares e/ou amigos
“não engajados”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS :
Nas decisões de administração
doméstica, aplicações financeiras,
relacionamento com irmãos e filhos (meus e
dele) os assuntos são discutidos como em
qualquer casal. As decisões em geral são
tomadas em conjunto, num consenso.
Quando não se obtém tal consenso nesses
casos, o que tem sido muito raro, a
decisão final é minha.
Hoje procuramos divulgar essa nossa
experiência, como algo concreto que
poderá ser útil a quem se interessar por
tais temas. Daí a construção de uma home
page (www.helgavany.org),
onde são mostradas as experiências
que vivemos no mundo D/s SM. E também as
que compartilharmos com amigas e amigos que
têm os mesmos fetiches.
O criador deste “Desejo Secreto”, em
e-mail privado, fez algumas considerações
em relação à vivência que tenho com
zepierre, correlacionando-a como uma
utopia possível. E o enfoque, digamos,
“filosófico” de nosso estilo de vida
ficou muito bem explicitado de maneira
clara, límpida, com as seguintes palavras
de Lord Conrad: “A utopia é sonho, sim, mas
o sonho que move o homem a fazer do seu cotidiano
algo melhor, mais justo, mais humano, mais solidário.
A utopia não é futuro, mas presente …
Isso, essa forma de encarar o presente, mais
que construir cotidianamente a utopia, é
vivê-la intensamente” (grifo meu).
São Paulo, janeiro de 2001
(Fonte: http://www.desejosecreto.com.br/tops/tops01.htm)
PS. Os links contidos neste texto original não mais fazem referência aos sites de origem, apenas a servidores e outros relacionados. Todos sites acima não mais encontram-se ativos.